quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

POEMA DEDICADO AO MEU GRANDE AMIGO WILSON GUEDES, E NÃO É EM TROCA PELO QUE RECEBI DELE HÁ ALGUNS DIAS, NA VERDADE O MEU JÁ ESTAVA NO FORNO, ENTRETANTO, WILSON É POETA NATO: É SÓ PEGAR PAPEL E CANETA E SEUS ESCRITOS FICAM PRONTOS SEM RASCUNHOS, NEM BORRÕES. E EU? UMA RELES MORTAL QUE POSSUI UM EU POÉTICO MOROSO QUE PENSA QUE PODE ESCREVER, POR ISSO A DEMORA...



PALAVRAS VELADAS

(Will, renego meus próprios filhos ao enaltecer os seus, kkkk...)

Poesia é meio assim, às vezes parece não dizer nada
e no fundo tem o conceito de um tudo.
Assim é Wilson Guedes que manipula, transforma e molda ao seu bem querer as palavras que povoam seu córtex cerebral,
ali residem as idéias de muitos autores que lhe inspiram e o permitem
conjecturar, divagar e passear por qualquer área que queira.
Semelhantemente aos que nele povoam, ele tem um “Q” de loucura,
um "C" de “carpe diem”: colher o dia sem medo, aproveitar o momento,
sem pesar, nem tormento ele devora o mundo,
segundo ele, a paixao do seu viver.
Talvez Byron possa explicar esse “Q”, que acredito em ambos reside(ia):
vivi, amei, bebi, tal como tu; morri”.
Eles - igualmente – (era/é) são senhores de seus próprios desejos
Sentem o mundo: são poetas!
E como inspiração não precisa(va)m mais do que as mazelas
e as alegrias da vida presente.
E entre as mil faces de um pierrô surgem tuas letras caladas,
tuas vozes mudas que gritam e às vezes ninguém ouve,
será que não entendem, e seria possível entender?
A alma é algo explicável? Duvido...
Seriam tuas palavras anuviadas e incógnitas?
Eu prefiro mil vezes as tuas palavras misteriosas,
nem eu nem ninguém –verdadeiramente- quer o óbvio, queremos sim,
o não dito, a raridade, o desconhecido, seja no amor, no céu, nas letras.
Quero morrer apreciando as tuas palavras encobertas pelo
 véu da sabedoria a viver morrendo
 de entender o evidente, lugares comuns.
Quero o teu não dito que me desvela o porquê da caixa de
Pandora ter sido aberta;
Quero o oculto – e quem saberá dizer – das sem e mil razões do amor;
Quero a palavra incompreensível à primeira vista, mas que vai se revelando tal qual flores primaveris sob a luz do sol dourado;
Sempre quererei tuas ignotas palavras que me trazem quimeras,
confabulações e múltiplas interpretações...
Sim... Will, que venha tua inquietude alfabética, que critica,
indaga e concomitantemente soluciona.
É... Eu quero teus trocadilhos e todas suas amigas irônicas atitudes semânticas.
Lerei todos os teus escritos: autobiográficos, enigmáticos,
filosóficos ou não,
recuso as cristalinas taças da brevidade do que é prevísivel
e continuarei bebendo tuas taças dionisíacas do incompreensível
que sempre me levam além, além céu, além mar, além do
 que possam as vãs e preguiçosas mentes imaginarem.
Enfim, continues a dar-nos de beber desta tua intelectual bebida,
meu amigo, porque nossos copos humanos não suportam
 o peso deste mundo mal, muito menos com sobriedade, mas teu
 hidromel traz-nos a rara beleza, como a de um eclipse:
momento de escuridão total, mas depois do vislumbre surge a luz,
eis que surge a compreensão e tudo fica belo e aguardamos – com ansiedade - pelo próximo eclipse!


Com o amor de uma amizade precoce, porém, intensa
 e sem data de validade,

Eliane Letras

Um comentário:

  1. Nossa, que precisão nesse poema. Lindo mesmo. Amei de verdade. Muito bacana.

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