quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Quem disse que não somos todos mui belos??? Pois então, o escrito abaixo é de uma "bela" de uma escritora, kkkkkk, que não sabe nada de nada e o texto não comprava nada também, entretanto, ele afaga o coração quando diz que eu, você e qualquer um é belo, ao menos aos olhos de quem nos vê, kkkkk, principalmente aos daqueles que nos amam. Boa leitura, seus lindos!!!

Contemplação do lago nosso de cada dia


            Nosso coração se enche de alegria ao se deparar com coisas belas. Não há como fugir disso, esta reação é bem óbvia e acompanha os seres humanos. Sim, é verdade, talvez não sejam todos, rsrsrs, mas digamos que todos os seres humanos mais dotados de sensibilidade, seja homem ou mulher. Desde pequenos fomos acostumados a ficar admirados com coisas belas. Lembram-se de quando nossos pais faziam surpresas pra gente? Traziam-nos o brinquedo sonhado e nos incentivavam a adivinhar o que estaria embrulhado em tão lindo papel de presente. As perguntas ressoam em minha mente:
            - Olha o que a mamãe trouxe pra você...
            - Vamos lá... O que você acha que é???
            E nós, crianças que éramos – eu, por opção, continuo a ser – nós colocávamos a adivinhar. E não importava o valor daquele presente, poderia ser simplesmente o ursinho Pandy (que até hoje guardo, mesmo tendo um olho de boneca. Eu precisei fazer um transplante) ou uma Barbie da coleção mais nova (para aquelas que tiveram uma, kkkkk) relevante mesmo era a felicidade que aquele objeto causava em nossos corações.               
            É a espera, o afã que faz a mágica de tanta alegria haver no momento do encontro de nossos olhos com o objeto de desejo, pode ser também que não seja algo já desejado, mas que seja extremamente lindo e novo para nós...
            Sermos agraciados com coisas belas é indescritível. Não me atreverei a descrever tal sensação porque, acredito, cada um já teve uma experiência assim... Engraçado é, que diversos filósofos estudaram e tentaram conceituar o que seria o belo, dentre eles, Platão, Sócrates, Hegel, Kant e tantos outros.
            Platão, por exemplo, disse que o admirável (o belo) é apenas um ideal pelo qual o ser humano deveria buscar e alcançar em suas atividades, semelhante à justiça e a virtude e ainda, que a idéia em si de belo é algo absoluto e eterno, pelo qual não dependeria do próprio objeto que o demonstra para existir.  É algo tão subjetivo que muitos outros e mais modernos pensadores vão além da obra de arte na procura do significado do belo. Percebi que há grande dificuldade em se obter uma definição absoluta de belo, há.
            Estudos? Surgiram ao longo de toda a história e aos montes, mas mesmo assim não chegaram a uma conclusão. E não foi de brincadeira que Sócrates (469-399 a.C) disse que "Toda beleza é difícil". Já seu amigo Aristóteles, dentro da metafísica, afirmou que a beleza pode ser determinada pela experiência de prazer suscitada pelas coisas belas e a partir dessa frase eu fiquei imaginando o que cada canto e recanto mágico de Cuzco/Peru suscitou em Elzinha, quando neles ela pisou os seus pés. Não é mesmo, Elzinha???
            É exatamente o que Aristóteles nos diz, o determinante da beleza não está propriamente no objeto que a detém, mas sim no que ela causará nos olhos de quem a vê, toca ou sente. Segundo esses caras - os maiores pensadores do mundo - existe o belo clássico que abarca o objetivo, universal e imutável e, graças a Deus, existe também o belo romântico que abarca o subjetivo, o variável e o relativo.
            Todos já ouviram a expressão: “A beleza é relativa”, ou ainda, “a beleza está nos olhos de quem a vê”, pois então, meus caros, é tudo verdade e acredito  - mesmo sabendo que nada sei - que talvez seja essa a razão de todos nós podermos (E viva a democracia!) contemplar o lago nosso de cada dia sem ter a preocupação de que se realmente somos ou não tão belos quanto Narciso. E assim como ele, nós nos apaixonamos por aquilo que é belo, não necessariamente o belo que preenche os padrões de beleza atualmente exigidos pela sociedade, mas o belo que enxergamos, o belo que nos agrada e que faz-nos palpitar o coração.
            Excetuando-se toda a teoria filosófica, (que nem eu entendi direito, kkkkk) não se preocupem, uma coisa é certa, quando deparamos com algo belo - ainda que através do conceito de belo romântico e particular - nosso coração se agita porque sabe reconhecê-lo...

Bjo lindo!
Lyu Letrass

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Olhem só... O post de hoje é fruto da minha primeira parceria poética - se é que posso chamar assim, kkkkk - com meu amigo, Wilson Guedes. E é claro, vocês perceberão que o tom indagativo é dele e a parte sensível/romântica, como sempre - não sei se choro ou rio - é minha, kkkkk!!!


Interrogações


         Tenho pensado sobre o passado da minha vida e acabei por encontrar lacunas antigas. Tal qual criança me voltou o desejo de perguntar sobre como tudo acontece, porém, de forma mais madura. Entretanto, descobri que também não temos as respostas ideais. E as demais pessoas enganam-nos ou - igualmente a nós - não sabem as respostas.
Tateamos no escuro de nossas dúvidas, almejamos e buscamos respostas, mas elas não se entregam. Este nevoeiro de indagações e incertezas permeia toda a nossa vida e não se dissipa. O que fazemos na verdade é apenas aprender a viver, a sobreviver com a presença constante desse nevoeiro. Muitas vezes, por causa da impossibilidade de se enxergar esbarramos em pessoas, objetos, mas o interessante é que vamos vivendo sem uma receita específica, sem as respostas pra perguntas que já nascem conosco e bem provável, serão enterradas também... 
Vivemos em um labirinto como o de Dédalo e semelhantemente, percorremos seus caminhos e algumas vezes, encontrar a resposta que procuramos é deparar com o minotauro, restando-nos fugir ou ser devorados por ele. Mas é inevitável, uma hora ou outra, por sorte ou azar, pode ser que encontremos tal resposta, e nesse momento, ela nos trará temor ou simplesmente contentamento.
Bom... Tudo isso é porque tenho curiosidades decorrentes de alguns aspectos pessoais e sentimentais, dentre eles: o motivo pelo qual gostamos de alguém sem um critério maior pré-definido e qual o motivo que leva as pessoas a sofrerem tanto com o fim de um relacionamento? 
        Quem não quer saber os porquês de paixões desenfreadas, de amores não correspondidos, de amores que extrapolam razões sociais? Pensei também sobre o efeito do sentimental sobre o material e descobri que a desilusão amorosa é igual a fantasmas de historinhas infantis, amedrontam mesmo quando não aparecem.
Todavia, foi me permitido perceber – de maneira bem fácil e simples – que procurar explicações é encontrar várias vertentes e dúvidas no lugar das certezas. Mas às vezes, uma dúvida pode ser bem melhor que uma certeza que não nos agrade. Sabendo disso fica menos complicado sobre(viver) nesse nevoeiro de indagações que é o nosso viver. E vamos vivendo..

Bjo interrogativo!

Lyu Letrass

sábado, 15 de outubro de 2011

Eu estou morando em alguém a exatamente 4 meses (Parabéns pra nós, Mô!), e a cada dia tenho a impressão que morarei para sempre. E ao me deparar com a frase de Mário Quintana foi inevitável a identificação, e eis que surgiu o escrito abaixo:


“O AMOR É QUANDO A GENTE MORA UM NO OUTRO”


a Charles Wagner, por ser tão perfeita morada.

            Li essa frase de Mário Quintana no facebook (especificamente, semana passada) minha irmã - que irá contrair núpcias em janeiro – avidamente pediu para que eu a anotasse. O motivo? A frase de Quintana, juntamente com os pombinhos vão figurar em um banner que será colocado na recepção do casamento.
            E eu, por comungar do mesmo sentimento de contentamento de quando a gente se depara com algo realmente belo, escrevi esse escrito.
            Quem, senão Quintana escreveria algo tão belo e ao mesmo tempo surreal. Mas para os incipientes na poesia, não se assustem. Poesia é nascida no berço da surrealidade e cria asas através do inimaginável. Querer explicá-la? Não tentem, muitas vezes (a maioria delas) basta apenas senti-la.
            Sentimos o peso, ou a leveza, com que cada palavra se anuncia:
            O amor é quando a gente mora no outro...
            Quão belo é encontrar uma morada, morar em alguém e esse alguém em nós. Morar em alguém é abrir mão de viver diariamente de hospedagens, de sofrer com a não reciprocidade; é ter a certeza do porto seguro; é a convicção do caminho a seguir; ter um norte, sempre e ter o conhecimento exato de que se ama e é amado.
            Entretanto, é sabido que não é nada fácil encontrar a morada certa. Não raro, são apenas estruturas físicas com contrato de locação com período especificado. Seria bom existir uma imobiliária para essas moradas do coração, mas pensem comigo: se o próprio interessado não está encontrando a morada certa, imagine colocar nas mãos de terceiros, complicado, não é?
            A razão da existência dessa busca árdua e delicada é porque ninguém quer morar numa simples casa, todos querem um LAR. Casa é diferente de lar. Casa é só uma estrutura física, lar é o lugar onde temos segurança, nosso porto seguro. Não se pode morar em qualquer um, existe o habitat ideal, onde há de se ter o ar, semelhante ao de manhãs primaveris: leve e perfumado; onde se tenha diálogo e discussão, mas que esta última não seja motivo para chateação; tem que haver semelhanças e diferenças, e é claro, seus gerenciamentos... E é imprescindível - a todo tempo - que haja alimento para o coração.
            Mas não se exasperem. Não existe uma receita, ou seja, a solução é ir mesmo vivendo e torcendo para que uma morada perfeita, digna da frase de Quintana, se apresente, literalmente, kkkk.
            E quando se encontrarem saberão que no fim da história ninguém se preocupará com quem vai pagar as despesas de condomínio porque "Depois que um corpo comporta outro corpo, nenhum coração suporta o pouco".
            Não terminarei com um ponto final porque quando a gente mora um no outro, resta a esse amor:
            Amar e amar tendendo ao infinito (∞)...

Bjim com sabor de lar doce lar,

Lyu Letrass

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Meu bloguinho fez um ano no mês de agosto - um brado de vivas, por favor, kkkk - e finalmente hoje vou postar o texto que deu origem a ideia de se criar esse humilde blog. Ele foi escrito no inverno de 2010, em Arinos/MG.

EU QUERO UM XODÓ DE VERDADE


À Elzinha, aliás, à eterna criança dentro dela.

Ouvi certo dia, algo espetacular, de um alguém que quase ainda não viveu, palavras com as quais Drummond faria uma obra-prima de poema. Lamentável o itabirano não ter tido acesso à palavras que pareciam soar da boca de alguém já marcado pelas rugas do deus Cronos. Mas ao contrário, presenciei a impagável discussão de dois adultos acerca do que temos amado, o que temos guardado em nossas listas de XODÓS. Eis a discussão:
- Meu xodó é essa máquina!!! Tenha cuidado com ela!
Era uma câmera de filmagem de última geração com fita digital – coisa que eu nem sabia existir! – com super zoom e com certeza um super cifrão também. O outro adulto (de certa forma encabulado):
- Não se pode ter coisas materiais como xodós. Xodó é xodó. Uma pessoa, um animal de estimação. Bem propícia aqui a descrição do Aurélio para XODÓ: sm. bras. 1. Namoro. 2. Namorado. 3. Amor, paixão. Presenciando e ouvindo, não titubeou o mancebo em dizer:
- É mais fácil ter coisas materiais como xodós, porque as pessoas magoam e não se pode devolver.
Excelente! A resposta tem muito fundamento. É uma excelente resposta, mas não é boa para a existência humana, não é boa para mim, nem para você. Vivemos em um tempo de desamor em que as pessoas preferem objetos e coisas como xodós a outras pessoas. E a resposta do jovem não está errada, décadas antes Saint Exupéry afirmou: “A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar”. É uma verdade fatídica: as pessoas magoam. Mas eu prefiro o risco de ser magoada a não ter reciprocidade com uma câmera, com um automóvel. Ter um xodó é muito mais que só amar, é um processo de troca, de recíproca...
Aurélio disse que xodó é namorar, amor, paixão, como amar e não ser amado, como ser apaixonado por um objeto inanimado? Tudo bem que não há razão no amor, mas, não vamos exagerar.
Eu – por livre e espontâneo desejo – correrei o risco de magoar-me hoje, amanhã e em qualquer dia da semana, mas serei mais feliz porque quando chego em casa o meu XODÓ me sorri ou abana o rabo; me abraça ou somente me cheira. E tudo bem que – talvez e tomara que não aconteça – meu xodó pode me magoar e eu não poderei simplesmente devolvê-lo. Onde e para quem??? Um objeto sim, no dia em que não funcionar bem eu posso devolvê-lo na loja, e não raro, substituo-o, mas e um filho, uma mãe? Pra quem devo devolver? E além do mais, pra onde iria a riqueza semântica e a semiótica de se cantarolar Dominguinhos: “Que falta eu sinto de um bem/ Que falta me faz um xodó/ Mas como eu não tenho ninguém/ Eu levo a vida assim tão só”.
Sim. Sim! Eu me rendo ao risco de ser magoada, mas, mais que isso eu me rendo em dar e receber colo; estender a mão; abraçar; doar-me, enfim, amar literalmente, sem metáforas. Corra você também esse risco, sem ser assim, a vida não tem graça... Bom mesmo é amar e ser amado, o resto são só coisas...

No início do texto eu avisei. Drummond faria uma obra-prima, eu??? Só isso aí, kkkkkk.


Bjim doce cheio de xodó, 
Lyu Letrass