domingo, 28 de novembro de 2010

X e Y


EU ME MUDO
ME INUNDO
NO TEU ALÉM MAIS PROFUNDO

EU ME CALO
NADA FALO
APENAS SIGO O TEU EMBALO

EU ME INSCREVO
ME SUBSCREVO
MAS SÓ PARA TI ESCREVO

EU FINJO
ME INFLIJO
SOMENTE PARA O TEU REGOZIJO

EU NÃO ME CANSO
QUIÇÁ "BALANÇO"
MAS HÁ ALEGRIA, QUANDO POR FIM TEU CORAÇÃO ALCANÇO!

Bj grandão!

domingo, 21 de novembro de 2010

DESPEDIDA


Para se falar de despedida nada melhor que as palavras de Guimarães Rosa “o real da vida da gente se dá, nem no início, nem no final, ela se dá pra gente é no meio da travessia” para exemplificar, explicar aquilo que se aprende com uma partida. A chegada pressupõe a partida e entre uma e outra há o que ele tão bem chama de travessia.
Há sempre o tempo da travessia, ela compreende todo o tempo que se “perde” fazendo a mudança, que pode ser a transição de uma cidade à outra; de um amor a outro, de fases da vida, enfim, quase todas as coisas, efêmeras ou não, são permeadas por travessias e é assim, ao findar da travessia surge a não tão bem quista, despedida.
E partir é o ato mais dolorido na maioria das vezes. Nesse interstício de tempo, um tanto quanto penoso, uma série de reações se desencadeiam naqueles que são os protagonistas, o corpo entende, sabe que uma despedida se avizinha. São lágrimas que se preparam para lavar o rosto e quem sabe a alma de tal dor; nó na garganta pra amarrar o desalento; coração apertado e palpitando para (realmente) reforçar que ainda se vive – depois da despedida, quem saberá?; braços pesados que não querem se erguer; mãos tímidas e plangentes que se negam ao aperto de mãos, o corpo, o cérebro sabe que a ação (especificamente nesse momento) não é mera formalidade ou ato corriqueiro do dia-a-dia que praticamos com naturalidade, é uma despedida. Você ou alguém querido se vai pra outro lugar além-terra, além-céu, além-mar, quem sabe à distância de uma, duas ou até mesmo das três coordenadas geográficas.
                        Nesta hora e nas outras que se seguem, sabe-se lá por quanto tempo, perscrutamos as razões, os motivos pelos quais partimos. Partimos e somos deixados porque é necessário, e muitos porquês se enlaçam nessa trama que se faz difícil – num primeiro momento – compreender, mas a vida, a vida não é feita de facilidades e despedida é quase sinônimo de dor.
                        Shakespeare com certeza provou de tal amargor (e quem nunca se despediu ou partiu?) porque, afirmou: “Toda despedida é dor... tão doce todavia, que eu te diria boa noite até que amanhecesse o dia”, tão bom fossem assim todas as despedidas.

Bj GG!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

(In)explicável



Faz de conta que minha mão neste instante toca a sua
E é engraçado de se ver, nesse momento só existe sol e lua
Contrapomos as regras da natureza
Com nossa certeza
Aqui estamos nós
E já não existe nenhum nó
Sua eu sou
E o meu coração é a morada cativa sua
Devaneios, divagações?
Partido, meu coração ao meio ficaria se fossem insinuações
eu te amo naturalmente
porque não seria possível através da mente
nada de consciência
amor não é mesmo ciência
é mais uma intrometência
na sina, na esquina
dessa desavisada
que cedo ou tarde, seria alvejada
com um detalhe
um entalhe
um pormenor
simples e certeiro
uma bala: o seu amor!

Big bj!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

ESTRELAS



            Há quanto tempo não contemplava as estrelas. E acho que na minha – sutil infantilidade – que não há nada mais belo e mágico.
           Sim. Eu contemplei as estrelas. Fazendo uma viagem noturna, de ônibus – é claro, kkk – perdi o sono e nisso puxei a cortina da minha janela e lá estavam aqueles maviosos pontinhos brilhantes.
            Momento de saudosismo, lembrei-me de quando criança. Naquele tempo – tempo bom em que eu não sabia muita coisa- eu ia sempre nas férias pra casa de meus avós ( ia pra roça, como nós falamos no interior) e lá quando surgia a lua no céu, surgia também uma esteira no quintal. Quintal esse que tinha como telhado toda a imensidão negra do céu com suas companheiras eternas,  as estrelas. Ali sonhava-se. Ali contava-se historias de medo e de romance, as mais belas historias que minha vó conhecia. Muito bom ter recordado esse momento de minha vida.
             E assim, nesse saudosismo marcante, comecei a pensar... Cá pra nos eu – ate hoje – não sei bem aquela historia das estrelas, como surgiram e como ficam lá por tanto tempo.
             A gente nasce, vive, sofre, morre, e elas continuam lá no mesmo lugar.
             Fantástico!
             Mas eu não queria ser estrela para ver tudo se formar, crescer e morrer, e eu (estrela) ficar lá para todo o sempre vivendo única e exclusivamente de brilhar na imensidão do universo.
             Eu prefiro ser  gente mesmo: nascer, crescer, sorrir, chorar, ganhar minhas rugas –kkkk – mas além disso participar desse processo que é a vida. Tudo na condição de humana – eu posso! Eu posso amar, sofrer, sorrir, chorar, amizadear e óbvio, posso contemplar as infinitas e indiscutivelmente  belas estrelas no céu.
              Isso sim é bom!
Bj gg!