segunda-feira, 11 de julho de 2011

Inspiração


Hum... Todo mundo acha que é bem fácil escrever, mas, para a surpresa de todos não é. Escrever não é como ir a um supermercado e encher o carrinho de tudo aquilo que lá está exposto, saltando aos olhos – e ao bolso – para ser comprado e consumido. Claro que existe (diz a lenda!) a tal inspiração, mas tenho minhas dúvidas, acho que têm muito mais gente tentando escrever do que eu pensava, porque a dita cuja anda muito desaparecida – pelo menos pra mim.

E quem pensa que estas são palavras de amadora, muito se engana, o grande escritor Rubem Alves - minhas “letras” trabalhadas na ousadia sonham em ser ao menos parentes distantes das deles, rsrsrs - disse que “escrever é um sofrimento”, quando faz a comparação do ato de escrever com o de cozinhar, afirma também que cozinhar é muito mais simples já que os pratos que o cozinheiro faz são previamente testados, provados e apreciados. Quem escreve, ao contrário, trava uma luta solitária na busca pelas palavras certas, a coerência, a coesão, a semântica, as metáforas, enfim, tudo perfeito para causar em quem lê o prazer inigualável semelhante ao prazer de comer.

Eis aí a pedra, digo, as pedras no meu caminho e é exatamente por isso que não escrevo, sempre, sempre: o medo de minhas letras não serem “gostosas” ao paladar. Tudo isso porque minha vontade é semelhante à de Rubem Alves, sabe-se que quem escreve há de se queimar (sempre), “mas vale a pena ficar queimado pela alegria no rosto de quem come a comida que se fez”. É pecado pensar como ele, é exigir muito querer ser lida e apreciada? Se for, peço perdão por tal transgressão, no fim das contas é apenas minha preocupação, minha aspiração de causar prazer na degustação. Apenas um desejo do mais profundo de meu coração...

Mas de vez em quando surge uma lâmpada brilhante dentro de um balão de pensamento como nos desenhos animados, já sabemos que algo bom brilhou na imensidão escura de um labirinto indagativo e por vezes tem-se sorte e consegue-se fazer um banquete, um manjar dos deuses para a degustação alheia.

 Então... Mas isso não acontece de vez em sempre, kkkkk! Hoje, por exemplo, deixo-os apenas   com esse pequeno aperitivo nascido da vontade de dar-lhes um grande banquete.

Bj adociçado!
Lyu Letrass

4 comentários:

  1. Oi Eli,
    Engana-te, se o aperitivo é bom ele sacia a fome. Você saciou a minha de ler teus sempre criativos posts.
    Ótima segunda-feira para você!

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  2. Escrever não sei se é dom, mas exercício com certeza e sendo você da área das Letras sabe como é difícil esse exercício. Todavia, acho que escrever é como trilhar um caminho, parando aqui e ali para para apreciar algo mais atentamente, de vez em quando virar pra trás para conferir o caminho... Sei lá, é mais ou menos assim.
    Gostei do texto descomprometido e leve.
    Obrigada pelo aperitivo.
    Fica com Deus.Beijokas doces

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  3. Lindo seu escrito liu, muito belo mesmo. Parabéns amore. Beijos! Saudades!

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  4. Amiga, por falar em degustação, desceu-me muito bem o teu texto. A arte da escrita não é coisa fácil de ser feita, exceto, se o escritor tiver nascido com o dom; alguns eleitos nascem com isso, mas creio que não são muitos. Drummond dizia que a criação literária demanda dez por cento em inspiração e noventa por cento em transpiração.
    Um grande abraço. Tenha uma linda tarde.

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